sábado, 21 de março de 2009

E se a gente rodasse a baiana?

Na foto, uma maquininha de fazer queijo assado que não pegou. Às vezes, um lanche é melhor que restaurante...

Gosto de ir a bons restaurantes. Gosto mesmo: local confortável, bom atendimento, boa comida e bons vinhos. Conforme for faltando um ou mais desses itens, mais barato o valor da conta.
No final do ano de 2004 estivemos num restaurante na praia do Cassino, Chico’s Restaurante, que fica na avenida principal, parecia o melhorzinho da praia e tinha até música ao vivo. Já na chegada, achamos que havia muito tumulto – “quando os garçons ficam batendo cabeça e correndo, fuja: vai dar problema” – Nós resolvemos arriscar, até porque não havia muitas opções. Pedimos a comida e a bebida. A bebida veio aos poucos, mas veio. A comida, passou meia hora, 45 minutos, uma hora, uma hora e 15 e nada. Resolvemos chamar o garçom e ele foi lacônico:
- Infelizmente, o pedido ainda não está pronto e... vai demorar...!
Depois de nos acalmarmos, resolvemos voltar para casa e jantarmos, à meia-noite, os restos do almoço. Não tinha outro jeito.
Pois num final de semana de novembro destes, fomos dar uma segunda chance ao mesmo restaurante. Cassino continuava sem muitas opções...
Como era meio fora da temporada, já na calçada, sentimos cheiro de problema: havia um esgoto a céu aberto, mau-cheiro direto. Dentro do restaurante continuava insuportável, mas... ficamos longe da janela. Não tinha vinho e nenhuma das bebidas que costumamos pedir. Os pratos que pedimos “infelizmente hoje não vamos poder servir”. Para completar, o garçom só registrou um dos pedidos que fizemos. E pior: foi até a mesa, afirmando que nós é que estávamos enganados. Para não complicar mais ainda a situação, deixamos por isso mesmo, ok, estávamos na praia, e tal...
Comemos, os três, batatas fritas engraxadas e alguma coisa que devia ser peixe...
O garçom pediu desculpas e fomos embora, mais uma vez, achando que não devíamos ter voltado para o segundo round.
No dia seguinte, fomos a Rio Grande, no Restaurante Marcus, um dos mais tradicionais e que tem filial em Porto Alegre. Local ótimo, música ao vivo impecável, um cardápio irretocável, mas... o atendimento... bem, acho que os garçons, há muito tempo na casa, estavam de mal com o dono ou de mal com a vida. O senhor que nos atendeu parecia estar, o tempo todo, querendo dizer que não entendíamos de vinho, não estávamos à altura das iguarias servidas ali e talvez não tivéssemos nem dinheiro para pagar a conta.
Mas isso não foi tudo. Nos serviram 1h20min depois de feito o pedido, fomos os últimos a ser servidos.
Sempre tento contornar o clima ruim que fica numa situação dessas - fome que já foi embora e mau humor que se instala até o próximo programa – mas, vamos combinar, haja paciência e, quem sabe, as coisas melhorassem a cada vez que um cliente rodasse a baiana? Às vezes, a gente tenta ser tão civilizada, tão bem educada, com medo de ser inconveniente, que acaba sendo conivente com o que está errado.
Vou pensar... nunca é tarde para aprender a descer do salto e rodar a baiana.
Gosto de frequentar bons restaurantes. Gosto mesmo: local confortável, bom atendimento, boa comida e bons vinhos. Conforme for faltando um ou mais desses itens, mais barato o valor da conta.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Crônica do Natal de 2004


Essa aconteceu mesmo: família viaja feliz, véspera de Natal. Antes de encarar a tradicional reunião familiar, uma paradinha num hotel na serra, que é uma beleza.
Um bom restaurante, um bom vinho - todo mundo sabe que adoro! -, boas conversas, clima ótimo, cama box – m-a-r-a-vilhosa. Sem contar o café da manhã, que tinha até iogurte de leite de cabra – é só para contar porque nem provei. Perfeito. Tudo maravilhoso, incluindo um desconto fabuloso no preço, já que era praticamente só o pernoite.
Dia 24, viagem tranquila, rumo ao encontro de família. Um caminho bucólico, sem trânsito, riozinho correndo, pomar de pêssegos - pegamos alguns -, resolvemos até fotografar as igrejinhas que encontramos pelo caminho, cinco, uma mais gracinha que a outra.
Quando faltavam poucos quilômetros para chegarmos, algo batia no porta-malas. Eu disse porta-malas? Malas?
Elas tinham ficado no hotel!
Estávamos, pai, mãe e filha, só com as roupas do corpo, os presentes para os parentes e bolsas com documentos.
Até o sapo Frog, companheiro inseparável da Lívia, tinha ficado fazendo companhia a uma mala e uma sacola.
Celular, sabe como é: dois sem bateria e um sem crédito, ou seja, nada disponível!
Superados nervosismo e irritação, chegamos. Aí vieram as brincadeiras sobre “malas sem bagagem”, “os-esquece-tudo” e “que bocabertice”. Ninguém merece.
Para encurtar a história, como diria o Beroca(esse pouca gente conhece): no mesmo dia, véspera de Natal, um carro do hotel andou 250 km para nos trazer as bagagens.
Como o funcionário não sabia o endereço, o encontro para a entrega foi na praça central da cidade, enfeitadíssima para o Natal. O moço foi logo identificado e, em nome do hotel, pediu desculpas pelos transtornos. Só então, entregou à dona o enorme sapo verde de pelúcia, que, desajeitado, carregava no braços.
A intenção era convidar o funcionário do hotel a ceiar conosco, mas consideramos que ele devia estar querendo mesmo era voltar para casa, o quanto antes e, assim, preferimos presenteá-lo com um bom vinho e um panetone.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Internet x Realidade











Eu estava aqui, pensando no que poderia escrever e, vendo algumas fotos de uns hotéis que eu e meus pais vimos quando fomos a Santa Catarina, pensei em fazer esta comparação: Internet x Realidade. Ou seja, o que vemos pela Internet x o que vemos ao vivo.
Estas imagens acima, por exemplo, são de um hotel que visitamos em Bombinhas, o Bombinhas Tourist. Levando em conta apenas elas, você pararia em um hotel com esta vista? Aposto que sim. Mas o que vimos ao vivo foi bem diferente, ou melhor, foi decepcionante. Essa piscina estava suja e tinham milhares de folhas dentro, o que não dá para perceber pelas imagens (que eu tirei), mas constata-se perfeitamente ao vivo.
E aí, como fica? Como conseguiremos escolher um prosaico hotel para nos hospedarmos quando só pudermos vê-lo por fotos? Como me considero alguém com uma certa experiência neste ramo (hospedar em hotéis) posso dizer que fica complicado avaliá-los. Talvez a melhor solução seja recorrer a amigos ou conhecidos, perguntando-lhes como foi ficar em tal ou tal lugar.
Acho, sinceramente, que as câmeras disfarçam e escondem muitas coisas, fazem um lugar decadente parecer encantador. Enganam mesmo.
E esse é só mais um relato, entre tantos que eu poderia fazer...